11.11.2008

Ode aos canalhas.

Nem todo cara é canalha, porque para ser canalha o cara tem que ser bom. O bom canalha é old school, sem firulas. É aquela droga que se fosse só ruim a gente não viciava - embora reclame com as amigas sempre que ele não aparece. É o cara que te faz quebrar o orçamento com vestidos jamais vestidos (e nunca tão bem arrancados). Que te liga às seis da tarde de uma sexta feira e diz: "Separa uma muda de roupa, tô passando agora na tua casa." E desliga.
E você nem faz questão de saber para onde ele está te levando.
O bom canalha te faz marcar depilação implorando por um encaixe na agenda.
Faz você realmente esquecer que existem outras agendas no mundo. Ele faz você se sentir uma deusa, se autopaquerar no espelho quando acorda. E o mais engraçado é que isso é bem mais a sua cara do que ficar passando vontade para ser boa moça de homem frouxo.

Ah, os canalhas.
de uma conversa no msn a inspiração para uma nova teoria.
trechos exclusivos e inéditos só aqui:

- eu já tive receio de não me apaixonar, mas descobri que isso é fácil... o problema maior é outro: sexo. encontrei aquele menino, com quem me envolvi... ele era perfeito. em tudo... menos...
- putz!
- pensa... pra vida inteira!
- socorro!
- eu já sabia que seria obrigada a traí-lo.
- pode ter a ginástica que for... tem coisas que não se aprende.
- pô...
- sério!
- isso é o pior: depois de experimentar e descobrir que é uma droga.
- vai dizer o que pro cara?
- olha querido... tu é um amor mas... mas tô confusa e... blá... blá... blá...
- sacanagem!
- não sei, mas das experiências que tive, foram muitas decepções nessa área.
- não é o tipo de coisa que se fica experimentando a todo vapor...
- mais de cinco por ano é promiscuidade... diz lá no índice de pesquisa.
- e tu acreditas nisso?
- perigo!
- e tem como avaliar se o cara é bom antes?
- reduz muito, mas sempre tem uma margem.
- tem uns que enganam. parece que vai dar tudo certo... e...
- putz...
- chega na hora dá vontade de chorar!
- ou de rir.
- sei lá o que é pior...
- rir é divertido!
- mas acaba com o cara!
- coitado do cara!
- pior é quando o cara é bom de cama mas é daqueles que não querem nada! e tu ali, toda apaixonada!
- mas pelo menos a cama tá salva!
- pior é o cara que quer e não atinge a expectativa... cria-se um constragimento.
- esse a gente dispensa.
- ele é uma companhia ótima, o perfeito pai para os seus filhos, um marido exemplar, mas...
- sim... geralmente o ruim de cama é uma ótima pessoa.
- alguma coisa tem que compensar, amiga!
- às vezes que fico pensando que ele teria sido um ótimo companheiro, o menino.
- sim... mas e a cama?
- isso pesou 100% na minha decisão.
- imagina nossas mães?
- a minha eu sei que só transou com meu pai...
- sacanagem!
- e se desse azar?
- então... imagina... elas nem sabem como são os outros...
- isso pode ter um lado bom.
- só o lance é descobrir antes de perder tempo...
- e gastar dinheiro!
- todo aquele rolo pra depois...
- claro, tem todo um esquema de avaliação de comportamento: cinema - jantar - passeio no parque - sair pra dançar... só depois, se ele conseguiu superar todas as etapas... aí sim...
- e o problema é que o ruim de cama trapaceia bem. ele tem menção honrosa em todas as etapas anteriores.
- tira dez em todos os quesitos e zero no principal!
- olha a perda... todo um custo de avaliação, pra dispensar o candidato.
- paredão neles!
- o querido versus o bom de cama!
- agora isso é fogo: o bom de cama sabe que é bom de cama. por isso não precisa se esforçar. sempre tem mulherada na dele.
- ai... ai... é verdade.
- não dá pra pegar qualquer porcaria no começo... senão a gente se desespera. pensa que o mundo acabou... que não tem mais jeito...
- pra reanimar tem que ser um bom partido... no mínimo um homem!
...

chato isso, né?
a gente sabe que a recíproca é verdadeira, mas quem se importa?

antropologias

porque, né?, os preferidos são muitos e a gente tem mesmo é que aproveitar - já que nossas mães e avós queimaram sutiã ou comeram o pão que o diabo amassou com seus maridos. tá na hora de fazer jus ao que elas sofreram.
e não foi com ninguém além dos homens que aprendemos a nos divertir. o problema é quando ELES se apavoram. problema é deles. porque a gente acredita em diversão. então os que têm medo perdem muito.
e ponto final.